Nota Final da Comissão Caveira! – Comissão Eleitoral do C.A.B.N. 2012
Dia 14 de Junho, quinta, terminou as eleições. E aqui vai a nossa impressão a cerca do processo.
Durante este período, tivemos intensa mobilização como a muito não se via no curso. Pessoas que queriam se movimentar em torno do curso.
Daí se veio uma lógica que por vezes parece tão infindável: Eleição. [Para nos movimentar, temos que ter um CA ativo, e para termos um CA ativo temos que ter uma Gestão, e para termos uma Gestão temos que fazer uma Eleição. Logo, vamos fazer Eleição.]
E por esta última que viramos Comissão Eleitoral, e agora estamos aqui, escrevendo esta nota – que visa avaliar o processo, nossa atuação e elevar a pratica da autocrítica.
Alguns de nós já tinham críticas a este processo, que traz consigo várias problemáticas imbricadas, mas mesmo assim resolvemos por seguir a lógica que se punha como da maioria. Porém, para além destas questões, o que vimos foi uma ação escrachada, onde verdadeiros caráteres puderam aflorar, e desdizer os discursos.
Vemos como acertada nossa postura de não legitimar de nenhuma forma a boca-de-urna, e esperamos que os acontecimentos sirvam como pontapé reflexivo sobre nossos atos, e principalmente em relação ao que está imbricado no processo.
Talvez devêssemos ter sido mais enérgicos, tentando coibir alguns casos, porém sabíamos que não teríamos como cobrir todas as ações. Ter apenas delimitado um “espaço imaculado” em torno da urna, faria com que as mesmas práticas continuassem, sendo que assim “legitimadas” pelo Edital, pelas regras e pela Comissão Eleitoral.
Acreditamos que conversar com amigos e conhecidos sobre as ideias e concepções para o CA é uma coisa. Outra é pressionar e coagir as pessoas a votarem – e isso não falamos que foi feito por maldade pura. Alguns seguem um dito pragmatismo (os fins justificam os meios?), outros acreditavam estarem fazendo a coisa certa, e algumas vezes apenas reproduzindo tal ação sem refletir no que ela acarretava.
Tivemos 189 votos. Não precisávamos que as pessoas “fossem lembradas de votar”. Tivemos uma intensa campanha e inúmeros cartazes, não teria quem não soubesse dessas eleições. E não precisamos de “agentes conscientizadores” para elevar ninguém em 3 minutos. Ações estas que acabam por encerrar em si a participação política.
E por que não impugnamos as eleições?
Acreditamos que, durante o semestre, aflorou o “pensar o CABN” em muitos de nós. Apesar de muitos dos debates terem sido fraco e sem aprofundamentos, tivemos também o início do que poder ser uma constante maior discussão em torno do CABN, evitando os falsos consensos criados por falta de “tempo” para debate.
(muitas vezes, questões que deveriam se alongar em seus embasamentos são logo deixadas de lado por um “tarefismo programático”).
Um outro sentimento também imperou neste período, o de ter o CABN de forma aberta e plural, priorizando a participação de todos os estudantes interessados – ao invés de quererem executar políticas isoladas “em nome dos estudantes”.
Impugnar seria adiarmos para o segundo semestre, onde o processo se repetiria. O que queremos é que este sirva de ponta pé inicial para uma constante reflexão, e que as pessoas se tornem cada vez mais sujeitos ativos, construindo uma nova cultura política.
E o que esperamos agora?
Esperamos que a movimentação e mobilização “política” não tenha atingido seu auge nas eleições, logo nesta que se mostra cheia de contradições.
Também esperamos não ter nem oposição nem situação (a nível institucional). Não queremos, assim, ver uma constante disputa pelo espaço (estrutura, instituição) do CA, tendo sua máxima alcançada nas eleições.
Queremos sim, uma disputa constante de ideias, que possibilite uma real participação e construção política, sem fazer vez para os joguetes políticos de grupinhos que muitas vezes possuem interesses alheios ao curso e a nós, estudantes.
Entendemos que em época de eleições, os ânimos acabam se acirrando. Portanto, por mais que “cicrano” ou “fulano” ficaram falando mal de amigos, colegas e ou conhecidos de curso, tenham a sensibilidade em relação ao processo (e também ao mau-caratismo). Foquem em seus objetivos em quanto sujeitos ativos do/pro CA, e vejam os outros não como “inimigos políticos” per si, mas como aliados em potencial para suas construções futuras para o curso, e quiçá para o mundo.
Desejamos, assim, um bom processo de construção e amadurecimento de ideias, independente se estiveram ou não em alguma chapa.
Comissão Caveira!